Ferramentas de pedra enterradas em camadas de sedimentos revelam presença de hominídeos na Ucrânia há 1,7 milhão de anos, graças a isótopos radioativos e raios cósmicos.
Ucrânia, um lugar de rica história e importantes descobertas arqueológicas, tem despertado o interesse de pesquisadores ao redor do mundo. Recentemente, cientistas encontraram vestígios que apontam para Korolevo, no oeste da Ucrânia, como um possível berço da ocupação humana na Europa.
Essa descoberta coloca a nação ucraniana no centro das atenções, reforçando sua importância no cenário científico internacional. A Ucrânia se destaca mais uma vez como um país com um passado fascinante e revelador.
Descobertas arqueológicas na Ucrânia
Por meio de uma ferramenta de datação que utiliza raios cósmicos para determinar a idade de objetos, foi comprovado que o espaço foi habitado há pelo menos 1,4 milhão de anos. O local em questão, na Ucrânia, tem sido objeto de estudo desde os anos 1970, uma vez que diversas ferramentas de pedra foram encontradas enterradas em camadas de sedimentos.
Os achados na região ucraniana
Esses instrumentos foram descobertos próximos a áreas com rochas vulcânicas, ideais para a produção desses objetos. A análise molecular dessas ferramentas indicou que elas podem ter sido confeccionadas há 1,4 milhão de anos.
O uso de raios cósmicos em estudos arqueológicos
O método empregado utiliza raios cósmicos de alta intensidade, capazes de fragmentar núcleos atômicos e gerar isótopos que só são formados em regiões expostas, visto que esses raios cósmicos não conseguem penetrar de forma significativa em materiais sólidos.
A aplicação desse método em objetos que se encontram enterrados permite que os isótopos radioativos gerados pelos raios cósmicos se decomponham em outros isótopos, possibilitando assim a determinação do tempo em que essas ferramentas permaneceram enterradas.
Teorias sobre os antigos habitantes
Embora ossos não tenham sido descobertos na área, devido à acidez do solo na região que não permite a preservação desse tipo de material, os pesquisadores acreditam que os hominídeos que viveram ali provavelmente eram da espécie Homo erectus, grupo que há 2 milhões de anos habitava regiões da África, Europa e Ásia.
Em outras regiões, como na Geórgia, interseção entre Europa e Ásia, foram encontradas evidências de hominídeos que viveram há 1,7 milhão de anos. Na Espanha e França, esse período recua para 1,2 milhão de anos. Esses indícios sugerem uma possível migração dos Homo erectus da África para a Geórgia e posteriormente para a Ucrânia, tendo em seguida seguido para outros países europeus.
Além disso, existem evidências de que esses antigos habitantes possam ter atravessado o Estreito de Bósforo, na Turquia, em sua jornada migratória.
Fonte: © CNN Brasil