Arremesso de policiais militares em baile funk da zona sul paulistana coincide com 5 anos do massacre de Paraisópolis e estudo da Unifesp.
Na cidade de São Paulo, a violência policial em eventos de baile funk na periferia tem se tornado um problema recorrente ao longo das duas últimas décadas. Essas ações violentas, frequentemente realizadas por policiais militares em madrugada, têm gerado grande preocupação entre a comunidade e organizações de direitos humanos. A violência policial em eventos de baile funk é um tema que merece atenção especial.
A recente publicação de um relatório sobre violência policial em pancadões ocorridos em diferentes regiões da cidade, incluindo Cidade Ademar, na zona sul, e outras áreas da Baixada Santista e interior, reforça a necessidade de se abordar esse problema de forma eficaz. A repressão desproporcional exercida sobre grupos específicos, juntamente com a consequente criminalização, contribuem para o ciclo de violência que se perpetua. É fundamental que a sociedade e as autoridades trabalhem juntas para mitigar essas práticas e garantir a segurança de todos, sem recorrer à violência. As ações policiais devem ser mais justas, respeitando os direitos humanos de todos os cidadãos.
Arremesso de homem da ponte da rua Padre Antônio de Gouveia é mais um ato de violência, reforça estudo sobre pancadões
O local onde o homem foi arremessado para o córrego do Cordeiro está na Vila Clara, em Cidade Ademar, zona sul paulistana. Foto: Reprodução
A cena do policial militar jogando um homem de cima da ponte da rua Padre Antônio de Gouveia em Cidade Ademar, periferia da zona sul de São Paulo, não foi um ato isolado. Ela aconteceu na dispersão de um baile funk, data e local que ajudam a entender que o arremesso não foi um ato de violência aleatório, mas sim mais um episódio de violência em pancadões, que têm tragédias como o Massacre de Paraisópolis.
A zona sul de São Paulo, onde o homem foi arremessado, é a mesma onde o Massacre de Paraisópolis aconteceu, em dezembro de 2016, quando nove jovens morreram em um baile funk na favela de Paraisópolis. É mais uma tragédia da violência que se abate sobre as periferias paulistanas, onde a repressão policial é uma constante.
O estudo ‘Pancadão, uma História de Repressão aos Bailes Funk de Rua na Capital Paulista’ lançado na tarde de 2 de dezembro, horas depois do arremesso do homem da ponte, revela que a repressão policial aos bailes funk é crescente. É um documento histórico que mostra a violência policial contra os jovens das periferias. O estudo foi produzido pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo e pelo Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O relatório mostra que a repressão policial aos bailes funk é um fenômeno que se aprofunda no tempo. Em 2016, a polícia realizou 74 operações em Paraisópolis. No ano seguinte, foram 141. É um aumento exponencial da violência policial.
Outro ponto em comum entre o Massacre de Paraisópolis e o arremesso do homem da ponte é a presença de muitos policiais. Treze PMs do 16º Batalhão eram acusados no processo do baile da DZ7 e doze se tornaram réus. Entre os policiais do 24º Batalhão de Diadema que participavam da ação em Cidade Ademar, 13 foram afastados das ruas.
A violência policial é uma questão que atinge a muitos bairros da zona sul de São Paulo. O mercado Oxxo, onde um homem foi morto a tiros pelas costas por um policial militar, fica a apenas 13 quilômetros da ponte onde o homem foi arremessado. A violência policial é uma questão que atinge muitos bairros da zona sul paulistana, como a Baixada Santista, o interior paulista e a Cidade Ademar.
A Ponte da rua Padre Antônio de Gouveia, onde o homem foi arremessado, é um local conhecido da zona sul de São Paulo. É um local que passa ao lado do córrego do Cordeiro, na Vila Clara, em Cidade Ademar, zona sul paulistana. O local é um ponto de encontro para os jovens da zona sul, que vão ao baile funk da DZ7.
Fonte: @ Terra