Manobra de Kristeller é uma manobra obstétrica que pode causar dano moral e danos neurológicos irreversíveis.
A prática da manobra de Kristeller nas unidades de saúde do Brasil é tida como uma violência obstétrica, podendo gerar responsabilidade para as gestantes. A gestação é um período de grande vulnerabilidade para as mulheres.
A manobra de Kristeller consiste em pressionar a parte superior do útero da gestante para tentar forçar a saída do bebê durante o parto, podendo ser classificada como uma agressão, um maus-trato, gerando um trauma emocional ou até mesmo um abuso. O processo de parto é um momento delicado para a saúde da mulher e qualquer intervenção inadequada pode levar a consequências graves.
Violência Obstétrica: O Poder do Poder Médico
A manobra de Kristeller, uma técnica controversa e contraindicada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é responsável por muitas sequelas sofridas pelas mulheres durante o parto. Essa prática, que visa forçar a saída do bebê do útero, é frequentemente associada à violência obstétrica, levando a danos morais e danos neurológicos irreversíveis.
Em um caso recente, uma mulher foi submetida à manobra de Kristeller em um hospital, sem receber anestesia suficiente, o que resultou em dores extremamente fortes durante o parto. A equipe médica, ao invés de administrar uma anestesia adequada, optou por essa manobra, que é considerada ineficaz em muitos casos e equiparada à agressão, abuso e maus-tratos. Essa violência obstétrica é um problema grave que precisa ser combatido.
O juiz Sérgio Menezes Lucas, da 1ª Vara Cível de Aracaju, determinou que um hospital e um plano de saúde indenizem em R$ 50 mil uma mulher a título de reparação por danos morais. O juiz destacou que a indenização pelo dano moral não tem o objetivo de reparar a dor, mas de compensá-la de alguma forma, minimizando o sofrimento da autora que sofre em razão da violência obstétrica sofrida quando da prática de manobra proibida, causando-lhe danos.
A condenação desse caso reforça o direito das mulheres a um parto humanizado e digno. A violência obstétrica é uma realidade que precisa ser combatida, e é fundamental que as mulheres tenham acesso a cuidados médicos seguros e respeitosos. Além disso, é importante lembrar que a prática de manobras como a de Kristeller é ineficaz e contraindicada, e que a anestesia é fundamental para minimizar as dores durante o parto.
O advogado Carlos Henrique de Lima Andrade atuou na causa e destacou que essa condenação reforça o direito das mulheres a um parto humanizado e digno. Essa vitória é um passo importante para combater a violência obstétrica e promover a sensibilização sobre a importância da anestesia e da respeitabilidade durante o parto. Processo 0052062-41.2023.8.25.0001.
Fonte: © Conjur