Luan Felipe Alves Pereira, que foi filmado arremessando Marcelo Barbosa Amaral, foi preso na zona sul, em vídeo, em S.Paulo, após crime registrado pela folha de segunda-feira.
Ao falar com a Polícia Civil, Marcelo Barbosa Amaral, 25, acrescentou que foi surpreendido por policiais que vinham em uma viatura de número 49-9, da Polícia Militar. Ele negou que tenha fugido e foi perseguido pelos PMs.
O jovem também informou que, em um momento de tensão, o policial militar que o conduzia teria ameaçado jogá-lo na água caso ele continuasse a protestar. O homem de 25 anos de idade chegou a gravar o episódio em seu aparelho celular, mas supostamente não conseguiu capturar o rosto do policial militar. Com o intuito de esclarecer a situação, a Polícia Civil prometeu que irá investigar todos os fatos mencionados por Marcelo Barbosa Amaral.
Policial Militar é Preso por Agredir Jovem com Cassetete
Um vídeo registrado em segunda-feira, 2, na zona sul de S.Paulo, mostra o momento em que o policial militar Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, arremessou o jovem de 22 anos em uma ponte. O crime foi capturado em uma câmera de segurança na área. Um morador da Vila Clara, onde o incidente ocorreu, disse à Polícia Civil que estava passando pelo local quando foi abordado por Amaral e parado na blitz. Ele afirmou que se assustou e parou a moto, correndo logo em seguida. Nesse momento, segundo ele, levou golpes de cassetete na cabeça e nas costas.
Disse que o policial que o agrediu o levou pelo colarinho até perto de uma ponte, onde falou: ‘você tem duas opções, ou você pula da ponte ou eu jogo você e a motocicleta’, aponta o depoimento. O jovem respondeu que não era ladrão e que a moto não era roubada. Neste momento, o policial pegou sua perna e lhe jogou. Ele caiu no córrego e alguns moradores de rua que ficam embaixo da ponte falar: ‘vem aqui e pode fugir por ali’. O jovem ainda conta que pegou uma carona com um carro que estava passando e foi até uma UPA. Ele declarou estar com medo.
Moradores da Vila Clara, onde o crime ocorreu, afirmam que abordagens violentas de policiais militares são corriqueiras na região e que temem represálias. Vizinhos disseram também que Amaral e sua família deixaram a cidade após a repercussão do caso. Eles moravam em um bairro vizinho, também na zona sul.
Na decisão que decretou a prisão do policial, o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo aponta que a ocorrência teve início com um fato considerado ‘questionável’: o policial teria ligado para um agente de seguros para perguntar se, ali na região, havia alguma moto roubada sendo rastreada. Essa conversa teria desencadeado a operação que resultou na abordagem ao motociclista.
‘Ouvido em sede inquisitorial, acompanhado de advogado constituído, o representado declarou que, ao iniciar o serviço, contatou um civil que trabalha em uma seguradora para verificar se havia veículo produto de roubo com rastreamento ativo na região de patrulhamento. Segundo ele, foi informado sobre uma motocicleta Yamaha, o que motivou o deslocamento para sua apreensão’, traz trecho da decisão.
Fabrício Alonso Martinez Della Pachoa, juiz substituto da Justiça Militar, afirma ainda que o PM não fez o devido registro de todos os fatos que ocorreram naquela noite tampouco indicou qual a destinação dada à moto do rapaz agredido. No documento, o magistrado aponta que, além da agressão em si, podem ter ocorrido outros delitos militares.
Para a defesa do soldado Luan Felipe Alves Pereira, o policial militar já está sendo punido e penalizado. A manutenção da prisão preventiva dele, decidida no fim da tarde desta quinta-feira (5) em audiência de custódia, está fundamentada em questões de hierarquia, por ele ser praça, e no clamor público do caso. É o que diz o advogado Raul Marcolino, que compõe a defesa do PM com Wanderley Alves, em nome da Associação dos Praças da Polícia Militar do Estado de São Paulo. ‘No nosso entender, na verdade, é desnecessária a prisão dele. Nós ressaltamos isso, inclusive, porque é praça. É soldado da Polícia Militar. Portanto, uma prisão preventiva, como essa que foi decretada, não é necessária.
Fonte: © Notícias ao Minuto