Moradores recriminam violência policial e pancadão, ainda receosos. Câmera de segurança registrou movimentação da imprensa durante descontinuidade do baile. Represálias de forças oficiais estão ameaçando.
O cenário de violência em baile funk no Brasil ainda é um fato comum, especialmente após a repercussão de incidentes como o de Marcelo Amaral, cujo corpo foi encontrado jogado da ponte após ser baleado. A Polícia Civil conseguiu capturar imagens de uma câmera de segurança que poderia fornecer pistas sobre a identidade do outro homem baleado que sumiu após o incidente.
Devido à movimentação intensa de policiais e imprensa no local, os moradores da região se sentem inibidos a se manifestar publicamente, o que se reflete na preocupação de que o baile funk seja cancelado no próximo domingo. O arremesso de objetos, uma prática comum em alguns baile funk, também ganhou destaque após a repercussão da violência policial. No entanto, a questão central é a segurança e o controle das multidões em eventos como esses.
Conflito na Vila Clara
O clima ficou tenso na Vila Clara, zona sul de São Paulo, após um policial militar jogar um homem da ponte da Vila Clara, onde um Baile funk acontece todos os domingos. O clima passou a ser marcado por expectativas sobre a continuidade do baile, que gerou reações fortes entre os moradores, comerciantes e frequentadores do evento.
Investigação e Represálias
Na tarde de 4 de dezembro, enquanto policiais civis buscavam imagens de câmeras de segurança para identificar o policial militar que jogou Marcelo Amaral da ponte, a reportagem do Visão do Corre desceu ao córrego onde o homem foi jogado. A equipe também conversou com moradores e funcionários de bares e adegas, que mostraram desprezo e medo após o incidente. A confusão entre os moradores da Vila Clara é uma reação natural à presença de repórteres e policiais investigando o caso.
Atmosfera de Desconfiança e Represálias
A cabeleireira que mora na Vila Clara e cujo salão fica a poucos passos da ponte, onde Marcelo Amaral foi jogado, disse que viu a cena apenas depois, quando alguém lhe mostrei o vídeo do arremesso. Ela mencionou que a dureza do chão do córrego do Cordeiro foi o que potencializou a queda de Amaral. Relatos semelhantes foram compartilhados por alguns moradores que disseram que se fecham em casa durante o Baile funk para evitar problemas com policiais e repressão. Bar e adega vizinha da ponte confirmaram que os policiais afastaram quem tentou ajudar o homem jogado da ponte.
Contexto da Descontinuidade e Represálias
A morte de Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, em 2020, motivou uma passeata e incêndio de sete ônibus, com suspeita de que policiais teriam assassinado o jovem. Hoje, o medo de represálias de forças oficiais ou não, por parte de moradores, comerciantes e frequentadores do evento, aumentou após o incidente. Os moradores também mencionaram que o arremesso foi apenas mais um de muitos episódios de violência dentro do Baile funk, que acontece todos os domingos na rua Padre Antônio de Gouveia, em referência ao local do pancadão, no ponto final da linha Pinheiros-Vila Clara.
Arremesso e Protestos
O funcionário de um bar presenciou o tumulto e confirmou que os policiais afastaram quem tentou ajudar o homem arremessado da ponte. O atendente de uma adega vizinha da ponte citou o caso de Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, que gerou uma passeata e incêndio de sete ônibus em 2020, como exemplo de paradeiro que um Baile funk pode gerar. Ele também mencionou que os policiais são bem conhecidos pela atitude violenta dentro e fora do local do Baile funk.
Fonte: @ Terra