2024 pode ser ponto de consolidação do mercado imobiliário, estabelecendo-se como ponte para novo ciclo de crescimento. A construção de pontes entre a realidade e as expectativas é fundamental para superar a sazonalidade e liderar o crescimento.
O ano passado foi marcante para o mercado financeiro. Com a taxa Selic mantida em baixa, os investidores buscaram alternativas mais rentáveis para seus recursos, movimentando o cenário econômico. A expectativa era de que a Selic se mantivesse estável, porém, com a inflação em alta, o Banco Central precisou rever sua política monetária.
Essa mudança de cenário trouxe desafios para os investidores, que precisaram reforçar suas estratégias para obter retornos satisfatórios. A volatilidade do mercado exigiu uma postura mais atenta e estratégica, visando manter-em-pé os investimentos em um ambiente econômico incerto.
Reforçando a Importância da Selic no Mercado Imobiliário
As expectativas iniciais se confirmaram, mas o cenário de crescimento econômico, recuperação do mercado de trabalho e inflação controlada apoiaram a confiança dos investidores. A expectativa de mais quedas da Selic e o fortalecimento de programas como o Minha Casa Minha Vida contribuíram para uma virada no setor antes do previsto.
A queda da Selic trouxe entusiasmo aos agentes do mercado imobiliário, que já vislumbravam um cenário promissor. O ano de 2023 encerrou de forma mais positiva do que se esperava, indicando o fim de um ciclo e o início de outro. Construir pontes é a palavra de ordem para este ano, visando estabelecer uma base sólida para 2025, quando o mercado poderá entrar em um novo período de prosperidade.
A consolidação das expectativas de queda dos juros teve um impacto significativo em 2023, conforme revelado no Anuário DataZAP. A possibilidade de parcelamento em 18 ou 24 meses junto à incorporadora atraiu muitos compradores, que apostaram na perspectiva de uma Selic ainda mais baixa no momento da aquisição do imóvel.
Essa mudança resultou em um aumento das vendas em relação aos lançamentos, especialmente em imóveis de dois dormitórios na região Sudeste. Em um cenário hipotético de interrupção dos lançamentos nesse perfil, os estoques se esgotariam em um prazo relativamente curto, impulsionados pela taxa de financiamento em queda.
A diversificação das fontes de financiamento, como o FGTS, os FIIs e empresas privadas, tende a se consolidar, mesmo com a redução do crédito da poupança. Enquanto a locação apresenta sinais de desaceleração, com a diminuição do aumento dos aluguéis pós-pandemia, o preço médio de venda continua em alta, sinalizando um possível momento de equilíbrio no mercado.
O Anuário DataZAP também destaca mudanças comportamentais, influenciadas por fatores econômicos e sociais, como a pandemia. O aumento da participação de gerações mais jovens e o protagonismo das mulheres nas decisões de compra e aluguel são evidências dessas transformações.
Além disso, a preferência por imóveis de 61 m² a 90 m² para locação e venda permaneceu constante, refletindo as demandas do mercado. A presença crescente de animais de estimação como membros da família também impacta o setor imobiliário, impulsionando a criação de espaços dedicados a eles em novos empreendimentos.
Fonte: © Estadão Imóveis