Presidente eleito do BC discutiu na ‘Nova Arquitetura Financeira Global’ custo de mão de obra de curto prazo em comparação com longo prazo.
Conforme o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, a ascensão de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos provocou uma elevação nas taxas de juros norte-americanas, tanto de curto quanto de longo prazo, prejudicando os países em desenvolvimento, sobretudo os latino-americanos e africanos.
Galípolo também pontuou que a nova política monetária norte-americana afetará a economia brasileira, valorizando o preço do dólar e aumentando a taxa de juros interna, conforme é feito pela Reserva Federal (Fed), central norte-americana.
Em sua opinião, a Fed seguirá o exemplo do Banco Central Americano (Banco Central dos EUA), elevando a taxa de juros de curto prazo (tauxa de juros de curto prazo) até 2% no primeiro trimestre do próximo ano. Desde o início do processo de normalização da política monetária, a taxa de juros de longo prazo (taxa de juros de longo prazo) jorrou de 0,5% para 2,5% em 2018, com um aumento de mais de 2% no período.
Impactos da Nova Agenda Econômica em Taxa de Juros
A ascensão do presidente norte-americano, Donald Trump, trouxe consigo uma nova realidade para o mercado financeiro global, desencadeando uma tempestade de previsões e consequências sobre a taxa de juros. A ideia de que o governo Trump irá combater a imigração, aumentando o custo de mão de obra nos Estados Unidos, é um dos principais motores por trás desse movimento, implicando naturalmente em uma elevação das taxas de juros de curto prazo e de longo prazo, conforme afirmou o futuro presidente do Banco Central do Brasil, Galípolo.
A perspectiva de Trump promoveu uma mudança na expectativa do Fed, o Banco Central dos Estados Unidos, de cortar seis vezes a taxa de juros, passando a uma única ou duas cortes. Dessa maneira, a elevação da taxa de juros nos Estados Unidos acarreta um custo mais alto para todos os países do mundo, desempenhando um papel prejudicial, sobretudo para os países emergentes e de baixa renda, como os países latino-americanos e africanos. Além disso, os impactos climáticos impedem esses países de terem produtos competitivos, o que agravaria a situação num cenário de juros altos, tornando a situação ainda mais desafiadora.
O mundo está diante de uma grande bifurcação quanto à arquitetura financeira global, com alguns líderes mundiais buscando rever a globalização, enquanto outros, como o Brasil, buscam inserir critérios de justiça social e sustentabilidade na globalização. A abordagem do Brasil cria uma alternativa aos movimentos desglobalizantes, dando atenção a questões sociais e ambientais.
Fonte: @ Valor Invest Globo