Acadêmicos e intelectuais de diferentes países apoiam o Judiciário brasileiro na disputa pela independência, em um cenário de desenvolvimento digital e social, defendendo medidas em conformidade com a Organização das Nações Unidas.
Um grupo de mais de 50 renomados acadêmicos e intelectuais de diferentes países divulgou uma carta aberta em apoio ao Judiciário brasileiro na disputa contra o bilionário Elon Musk, acionista majoritário do X (ex-Twitter), que é uma das big techs mais influentes do mundo. Essa disputa reflete a tensão crescente entre as big techs e os governos em todo o mundo.
A carta aberta destaca a importância de manter a liberdade de expressão e a transparência nas redes sociais, especialmente em um momento em que as empresas de tecnologia estão cada vez mais presentes em nossas vidas. Além disso, os signatários da carta enfatizam que a disputa entre o Judiciário brasileiro e Elon Musk é um exemplo claro da necessidade de regulamentação das gigantes da tecnologia, que têm um impacto significativo na sociedade. A falta de regulamentação pode levar a abusos de poder e prejudicar a democracia. É fundamental que as autoridades tomem medidas para garantir a responsabilidade das empresas de tecnologia de ponta.
Big Techs e Independência Digital: Um Conflito Global
Acadêmicos de renome internacional afirmam que as ações do X estão comprometendo a independência digital do Brasil. Eles solicitam apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e de governos ao redor do mundo ao Brasil, que identificam como o principal front no conflito global em evolução entre as big techs e aqueles que buscam construir um cenário digital democrático e centrado nas pessoas, focado no desenvolvimento social e econômico.
As empresas de tecnologia de ponta, como o X, estão no centro desse conflito, e suas ações estão sendo monitoradas de perto por especialistas em todo o mundo. Os signatários do documento citam o bloqueio do X pelo Supremo Tribunal Federal em razão do não cumprimento de decisões judiciais e a intenção do presidente Lula (PT) de promover medidas de independência digital.
Esses esforços das autoridades brasileiras, ainda segundo o grupo, ‘foram recebidos com ataques do proprietário da X e de líderes de direita que reclamam sobre democracia e liberdade de expressão’. Isso demonstra a tensão crescente entre as big techs e os governos que buscam independência digital.
O Papel das Big Techs no Conflito Global
‘ Mais do que um aviso ao Brasil, suas ações enviam uma mensagem preocupante ao mundo: que países democráticos que buscam independência da dominação das big techs correm o risco de sofrerem interrupções em suas democracias, com algumas big techs apoiando movimentos e partidos de extrema-direita’, escrevem os signatários da carta.
Entre os signatários da carta, há uma série de economistas, incluindo os franceses Thomas Piketty, Gabriel Zucman e Julia Cagé; o ex-ministro da Economia da Argentina Martín Guzmán; o norte-americano David Adler, coordenador-geral da Progressive International; a italiana Francesca Bria; e o ex-ministro de Finanças grego Yanis Varoufakis.
Também assinam a advogada guatemalteca Renata Ávila, CEO da Open Knowledge Foundation, e o sociólogo alemão Wolfgang Streeck, diretor emérito do Instituto Max Planck para o Estudo das Sociedades. Completam a lista os acadêmicos brasileiros Marcos Dantas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Helena Martins, da Universidade Federal do Ceará (UFC); Sergio Amadeu da Silveira, da Universidade Federal do ABC (UFABC); e Edemilson Paraná, da Universidade Politécnica de Lappeenranta, da Finlândia; além de José Graziano, que foi diretor-geral da FAO, braço da ONU para alimentação e agricultura.
As empresas de tecnologia de ponta, como o X, estão no centro desse conflito, e suas ações estão sendo monitoradas de perto por especialistas em todo o mundo. A independência digital é um tema crucial nesse cenário, e as big techs estão sendo questionadas sobre seu papel no desenvolvimento social e econômico dos países.
Fonte: © Conjur