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Oito instituições financeiras reduziram ações de tecnologia no portfólio, priorizando diversificação em bolsas americanas, devido a movimento de rotação de setores.
Uma série de ações em julho, incluindo o atentado à vida do candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, e a renúncia do atual presidente democrata, Joe Biden, à reeleição, impactaram diretamente o mercado financeiro internacional.
Esses eventos inesperados geraram volatilidade nos papéis de diversas empresas e fizeram com que os investidores repensassem suas estratégias de investimentos para o restante do ano.
Ações em destaque: movimentos no mercado financeiro
Segundo as análises de mercado, a corrida eleitoral nos Estados Unidos está longe de ter um desfecho definido. Durante a maior parte do mês passado, houve um leve favoritismo em relação a Trump, o que influenciou a rotação de ativos na bolsa, conhecida como ‘Trump Trade’. Esse movimento direcionou investimentos para setores mais tradicionais da economia, que poderiam se beneficiar das políticas protecionistas do candidato. No entanto, o ‘Trump Trade’ não é o único fator que explica essa mudança. Recentemente, as pesquisas indicam uma disputa acirrada com a nova candidata democrata, a vice-presidente Kamala Harris.
Impacto nas ações de tecnologia e investimentos
O início da temporada de resultados nos EUA também teve influência nesse cenário. As ações de tecnologia, que estavam mais valorizadas devido a um maior ceticismo em relação à tecnologia artificial, sofreram uma queda. Grandes empresas do setor tech encerraram julho com resultados negativos, devido a projeções difíceis de serem alcançadas. Além do ceticismo em relação ao setor, as instituições financeiras mencionam a busca por segmentos e empresas em meio a um cenário de maior turbulência, a poucos meses das eleições presidenciais.
Expectativas em relação às ações e ao mercado financeiro
Com a atividade econômica se deteriorando mais rapidamente do que o esperado, o mercado financeiro está instável, com grande expectativa em torno de um possível corte de juros pelo Federal Reserve em setembro. Os investidores estão buscando ações que possam se beneficiar desse cenário. Houve um movimento de saída de índices ligados à inteligência artificial, em direção a setores e regiões que tendem a se beneficiar mais com a queda dos juros americanos.
Recomendações e mudanças nas carteiras de investimento
As recomendações de carteiras de ações para agosto refletem essas preferências, com destaque para as ações de tecnologia. No entanto, outras empresas também estão ganhando espaço nas recomendações, como a fabricante de chips Nvidia, a empresa farmacêutica Eli Lilly, a petroleira Exxon Mobil, a holding de investimentos Berkshire Hathaway, o banco J.P Morgan e a gigante de meios de pagamento Visa. A corretora Ágora, por exemplo, fez ajustes táticos em seu portfólio, substituindo a Alphabet pela petroleira Exxon Mobil, visando uma estratégia mais alinhada com a economia doméstica americana.
Fonte: @ Valor Invest Globo