O montante arrecadado em impostos federais atingiu R$ 203,1 bilhões no período do ano, refletindo impacto da inflação nas contas públicas dos órgãos federais.
Em setembro, a arrecadação federal de impostos no Brasil alcançou R$ 203,1 bilhões e apresentou um crescimento real de 11,61% em comparação com o mesmo mês no ano anterior. Esses dados foram divulgados pela Receita Federal em um comunicado recente. O foco nessa alta tem sido a capacidade da administração pública em captar receita de fontes tributárias efetivas.
Na seqüência, ao considerarmos o período do ano já encerrado, a arrecadação federal atingiu o valor de R$ 1,934 trilhão. Isso significa que ela se manteve acima dos patamares esperados à luz do trabalho tributário conduzido pela Receita Federal. Nesse contexto, a redução de impostos não se encontra entre as estratégias implementadas, tendo em vista a necessidade de colocar mais dinheiro à disposição do Estado.
Arrecadação forte é sinal positivo para investidores
Esses dados são benéficos para o investidor, pois fornecem uma compreensão clara sobre o estado das contas públicas, especialmente em um período marcado por intensa discussão sobre impostos no mercado financeiro. O arcabouço fiscal estabelece que o governo deve zerar o déficit, igualando receita e despesa. Se esse objetivo for alcançado, será um sinal de que o governo está no caminho certo, reduzindo a percepção de risco e, consequentemente, os prêmios exigidos para investir no Brasil. Contas públicas saudáveis tendem a atraí-lo mais investimento, especialmente de estrangeiros, o que pode levar a uma valorização da bolsa e uma queda no dólar. Portanto, uma arrecadação robusta é um indicador positivo, pois significa mais recursos entrando nos cofres públicos. No entanto, isso só será eficaz se o governo implementar cortes de gastos para manter as contas equilibradas.
Arrecadação federal alcança recorde em setembro
As estatísticas atualizadas pela inflação mostram que a arrecadação de setembro foi o melhor para o mês em toda a série histórica, com início em 1995. O acumulado dos nove primeiros meses do ano também foi recorde. Em termos reais, a arrecadação apresentou alta de 16,55% em setembro. Se considerarmos apenas as receitas geridas pela Receita Federal, houve alta real de 11,95% em setembro, totalizando R$ 196,6 bilhões. Em todo o ano, essas receitas administradas somaram R$ 1,841 trilhão, alta real de 9,67%. Já a receita própria de outros órgãos federais, como royalties de petróleo, foi de R$ 6,52 bilhões no mês passado, alta real de 2,23%. Em todo o ano, a arrecadação de outros órgãos atingiu R$ 92,4 bilhões, alta real de 9,92%.
Desonerações tributárias resultam em arrecadação inferior
O governo federal deixou de arrecadar R$ 10 bilhões em setembro deste ano devido a desonerações tributárias. Esse valor representa uma queda de R$ 2,3 bilhões em relação ao mesmo período do ano anterior. Nos nove primeiros meses do ano, a renúncia foi de R$ 92,5 bilhões. As fontes de renúncia incluem PIS/Cofins sobre combustíveis (R$ 2 bilhões), IPI-Total (R$ 1,5 bilhão), Lucro Presumido (R$ 1,3 bilhão), Entidades Beneficentes – Cebas (R$ 1 bilhão), Transporte Coletivo (R$ 465 milhões) e Cesta Básica (R$ 496 milhões). O item ‘Outros’ soma R$ 85,6 bilhões.
Fatores atípicos influenciam receitas administradas
A arrecadação administrada pela Receita Federal seria de R$ 192,9 bilhões em setembro se considerássemos apenas fatores típicos, e não aqueles considerados atípicos que elevaram a arrecadação. Esse foi o número divulgado pela Receita Federal. No mês passado, a arrecadação federal administrada foi de R$ 196,6 bilhões, o que inclui fatores atípicos referentes à entrada de recursos que foram postergados devido à calamidade do Rio Grande do Sul.
Fonte: @ Valor Invest Globo