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BC divulgou ata da última reunião do Copom, encerrando ciclo de corte de juros. Termos: ciclo, taxa, desancoragem, expectativas, horizonte.
Na semana passada, o Banco Central encerrou o período de redução da Selic, mantendo a taxa em 10,50% ao ano. Na ata divulgada nesta terça-feira (25), a autoridade monetária reiterou sua preocupação com a inflação, destacando que ‘as projeções de inflação apresentaram descolamento adicional desde a última reunião’.
No cenário econômico atual, a manutenção da taxa de juros reflete a cautela do Banco Central diante do cenário de inflação. As expectativas de mercado seguem atentas às movimentações da autoridade monetária, buscando entender as projeções futuras para a inflação e suas repercussões na economia.
Desancoragem das expectativas e projeções de inflação
De acordo com o documento em questão, a importância de manter uma política monetária contracionista por um período prolongado é destacada. As chamadas ‘expectativas desancoradas’ referem-se às projeções de inflação que se afastam da meta estabelecida pela autoridade monetária em um determinado ‘horizonte relevante’ da política monetária, que, neste caso, se estende para 2024 e além.
No cenário projetado para os próximos anos, a meta de inflação é de 3% ao ano. Contudo, as expectativas dos analistas têm se mantido persistentemente abaixo desse valor, com uma média ligeiramente inferior a 4% para o próximo ano e cravada em 3,5% para 2025.
O Banco Central, em sua ata, ressalta que as projeções de inflação para 2024 e 2025 foram revisadas para cima, indicando um cenário mais desafiador pela frente. A preocupação com a trajetória futura da inflação tem levado os economistas a ajustarem suas expectativas de forma mais pessimista ao longo do tempo.
É enfatizado pelo Banco Central que a manutenção de uma postura contracionista na política monetária é crucial, e quaisquer ajustes futuros na taxa de juros serão determinados pelo compromisso firme de convergência da inflação à meta estabelecida. Vale ressaltar que o presidente Lula tem expressado críticas em relação ao nível atual da taxa Selic, apontando que sua manutenção em 10,5% carece de justificativas claras.
Apesar das críticas, a decisão unânime do Banco Central em relação à política monetária foi vista de forma positiva pelo mercado. Em contrapartida, em reuniões anteriores, a divergência de opiniões entre os dirigentes indicados por Lula e os demais membros do BC evidenciou a necessidade de uma abordagem mais cautelosa e contracionista. A unanimidade em torno da importância de uma postura mais restritiva na política monetária foi reforçada na ata, sinalizando uma maior preocupação com a desancoragem das expectativas e projeções de inflação.
Fonte: @ Valor Invest Globo