Decepção com estímulos chineses agrava riscos da agenda protecionista de Trump, impactando minério de ferro, crescimento do mercado, preços das commodities, perspectiva de cenário externo e interno da China.
Até as 12h30 da segunda-feira (11), o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira, recuava 0,2%, nos 127.598 pontos. A queda ainda é sutil, mas impulsionada pela era de commodities metálicas, com destaque para as ações da Vale, que cobrem cerca de 15% da capitalização do Ibovespa.
As ações da Vale caíram 2,36% a R$ 59,20 nos primeiros momentos do pregão e estão ajudando a rebaixar o desempenho do mercado. Outras ações de mineradoras e empresas ligadas a commodities pesam sobre a performance do Ibovespa, fazendo com que o índice acionário da bolsa brasileira esteja recuando em meio ao cotidiano de negócios.
Repercussão do cenário externo no mercado de minério de ferro
O movimento negativo das ações das siderúrgicas opera no mesmo tom do mercado financeiro brasileiro, onde a perspectiva de um cenário externo mais desfavorável impacta o preço do aço. A CSN apresenta perda de 3,15%, atingindo R$ 11,38, enquanto a Gerdau registra queda de 4,44%, a R$ 20,37, e a Usiminas opera em desvalorização de 2,56%, a R$ 6,10. Este cenário decorre das notícias sobre o pacote de estímulos chinês, que não atendeu às expectativas do mercado. O comitê permanente do Congresso Nacional do Povo da China, de novembro, não foi tão ambicioso como os agentes esperavam, afetando o cenário de crescimento para o mercado imobiliário chinês, maior consumidor mundial de minério de ferro. Como resultado, os preços das commodities metálicas sofrem ajustes para baixo desde então.
Impacto sobre o minério de ferro na bolsa chinesa de Dalian
Os preços em contratos futuros do minério de ferro registraram forte desvalorização na bolsa chinesa de Dalian hoje. Os contratos para janeiro, os mais negociados, caíram 2,87%, para 762 yuan (US$ 106,14) a tonelada. Este movimento reforça o efeito das notícias sobre o pacote de estímulos chinês na perspectiva de crescimento do mercado imobiliário chinês e, consequentemente, no consumo de minério de ferro.
Recomendação do UBS para a Vale e perspectiva de crescimento
O UBS divulgou relatório hoje, cortando a sua recomendação para a Vale de compra para neutra. Além disso, o preço-alvo dos recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse) foi cortado de US$ 14 para US$ 11,50, apresentando potencial de alta de 8,6% sobre o fechamento de sexta-feira (9). O banco tem preocupações com a situação do mercado de minério de ferro, incluindo o risco de tarifas sobre o aço impostas pelo novo governo americano. Este cenário contribui para a avaliação negativa da Vale pelo UBS.
Fonte: @ Valor Invest Globo