42% prefere critério racial; 41% defende vagas para alunos de escola pública, segundo pesquisa divulgada. Revisão da Lei de Cotas pode ser necessária.
A implementação de Cotas é amplamente apoiada pela população, com 83% dos entrevistados manifestando sua concordância. No entanto, a questão racial se mostra um ponto de divisão, com 42% favoráveis às Cotas e 41% preferindo a reserva de vagas para estudantes de escolas públicas, independentemente de cor e raça. Em contrapartida, 15% dos entrevistados acreditam que Cotas não deveriam existir, defendendo posições diversas sobre a questão.
O debate em torno do Sistema de cotas e da Reserva de vagas continua a gerar discussões acaloradas na sociedade, refletindo diferentes visões sobre como promover a igualdade de oportunidades. É interessante observar que brancos e pessoas com 60 anos ou mais são os que mais defendem a não existência de Cotas, evidenciando a necessidade de uma reflexão mais aprofundada sobre as políticas de inclusão. A diversidade de opiniões demonstra a complexidade do tema e a importância de se buscar soluções que atendam às demandas de toda a população.
Cotas: Impacto da Revisão da Lei de Cotas
Em 2023, a Lei de Cotas passou por uma revisão significativa, que incluiu quilombolas como beneficiados e estabeleceu a reserva de vagas em programas de pós-graduação. Essa mudança foi baseada em uma pesquisa recente divulgada pelo Datafolha no jornal Folha de S.Paulo, que revelou que 83% dos brasileiros apoiam as cotas em universidades e institutos federais.
A pesquisa, realizada nos dias 19 e 20 de março, ouviu 2.002 pessoas e mostrou que a maioria dos entrevistados concorda com a importância das cotas para corrigir desigualdades raciais. No entanto, há uma divisão em relação ao critério racial para a destinação das vagas. Quanto às opiniões dos entrevistados:
- Sistema de cotas: Deve permanecer como está pois é importante para corrigir desigualdades raciais (42%);
- Reserva de vagas: Deve haver reserva de vagas apenas para estudantes de escolas públicas, independente de cor ou raça (41%);
- Política pública: Não deve ter reserva de vagas para ninguém (15%);
- Reserva de vagas: Não sabe/outras respostas (2%).
Os dados da pesquisa indicam que pessoas negras (47%) e jovens de 16 a 24 anos (47%) são os principais apoiadores da atual política pública de cotas. Por outro lado, brancos (18%) e pessoas com 60 anos ou mais (21%) são contra reservar vagas em universidades e institutos federais para qualquer grupo específico.
Revisão da Lei de Cotas: Novos Avanços e Mudanças
Desde 2013, as universidades e institutos federais adotam critérios de cotas para parte das vagas de ingresso para estudantes. A recente revisão da lei, realizada no ano passado, trouxe importantes alterações, que incluem:
- Sistema de cotas: Ficam reservadas 50% das vagas de ingresso nos cursos de graduação para estudantes com renda familiar igual ou menor a um salário mínimo – R$ 1.320 por pessoa (anteriormente, era um salário mínimo e meio – R$ 1.980);
- Reserva de vagas: Inclusão de quilombolas na reserva de vagas;
- Política pública: Políticas de inclusão em programas de pós-graduação para pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência;
- Lei de Cotas: Avaliação do programa a cada 10 anos, com ciclos anuais de monitoramento.
Fonte: © G1 – Globo Mundo