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Empresas têm relações financeiras com Neoway, envolvida em supostas fraudes e crimes de lavagem, ligadas a sócios de programas sociais do Governo Federal.
A Polícia Civil de São Paulo descobriu recentemente novas empresas de fachada, que foram mencionadas em transações financeiras com a Neoway, empresa que está sendo investigada por supostas fraudes nos pagamentos de comissões do acordo entre a casa de apostas VaideBet e o Corinthians.
Além disso, foi revelado que algumas dessas empresas fictícias também estavam envolvidas em esquemas suspeitos de lavagem de dinheiro, aprofundando ainda mais a complexidade das investigações sobre as relações obscuras entre as empresas de fachada e a Neoway.
Empresas de fachada: um cenário preocupante
+ ge tem acesso aos prints que fazem o Corinthians ferver ainda mais. A Carvalho Distribuidora, a ACJ Platform Comércios e Serviços e a Thabs Gestão e Serviços são listadas num relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) feito após consulta dos investigadores. Além das empresas, o relatório também expõe uma mulher de São Bernardo do Campo.
O delegado Tiago Fernando Correia, da Delegacia Investigações sobre Crimes de Lavagem, determinou o levantamento e a intimação de pessoas que tenham operado financeiramente com essas empresas para que expliquem a natureza das transações – todas na condição de testemunhas. O pedido da polícia ao Coaf afirma que a ACJ e a Thabs já foram identificadas como ‘empresas frias’.
O ge verificou que as três companhias foram criadas em 2023, têm capital social de R$ 100 mil ou mais e são administradas por um único sócio cada – todos beneficiários recentes de programas sociais do Governo Federal. Trata-se de cenário muito semelhante ao da Neoway, apontada como empresa de fachada que recebeu parte da comissão pela intermediação do contrato de patrocínio entre a VaideBet e o Corinthians.
Relações financeiras com empresas fictícias
Mais notícias do Corinthians: + O que pesa a favor e contra trabalho de António Oliveira + Entenda planos do clube na busca por novo patrocinador. A Neoway tem como sócia Edna Oliveira dos Santos, mulher que vive em bairro humilde de Peruíbe, no litoral paulista, que teria sido usada como laranja para a abertura da empresa. A Thabs foi constituída em janeiro de 2023, num bairro nobre de São Paulo, com capital de R$ 140 mil e tem como sócio um homem cujo endereço, na ficha da empresa, é de São Paulo. Ele, porém, consta como beneficiário do Auxílio Emergencial entre 2020 e 2021 em Peruíbe, a mesma cidade Edna. A Carvalho Distribuidora também foi criada em janeiro do ano passado, com capital de R$ 100 mil e sede em Guarulhos. Seu sócio é um homem de Itajaí-SC que recebeu o Auxílio Emergencial entre abril e dezembro de 2020. A ACJ tem como data de constituição 11 de julho de 2023, três dias antes da Neoway, e também tem sede em São Paulo. O capital é de R$ 150 mil, todas as cotas de uma mulher que recebeu regularmente R$ 750 mensais do Bolsa Família entre março de 2023 e março de 2024, de acordo com o Portal da Transparência.
A polícia apura o suposto desvio de parte da comissão que a Rede Social Media Design recebeu pela intermediação do acordo. A Rede Social tem como sócio Alex Cassundé, que prestou serviços ao presidente do Corinthians, Augusto Melo, durante a campanha no ano passado. A agência teria feito dois depósitos, um de R$ 500 mil e outro de R$ 400 mil, à Neoway. O caso levou a VaideBet a romper o contrato com Corinthians pelo que considerou danos à sua imagem. O acordo, assinado em janeiro, tinha validade até o fim de 2026 e previa o pagamento de R$ 370 milhões no total. Na sexta, o delegado Tiago Fernando Correia confirmou que a polícia também investiga uma suposta conversa em um aplicativo de mensagens entre.
Fonte: © GE – Globo Esportes