A família Neurilene Cruz se estabeleceu às margens do Rio Negro em anos 90, encontrando um lar e uma oportunidade de empreender cozinha indígena no coração da Amazônia, onde criou pratos típicos e deu trabalho às pessoas da aldeia regional.
Neurilene Cruz, uma empreendedora com raízes Kambeba, descobriu no empreendedorismo um poderoso aliado para preservar sua identidade cultural e impulsionar as mulheres de sua comunidade. Com sua habilidade como chef de cozinha, ela transformou ingredientes amazônicos em pratos ricos e saborosos que celebram a rica tradição de seu povo, criando um empreendimento que une culinária e tradição de forma inovadora.
Como uma mulher empreendedora, Neurilene não só criou uma marca de culinária que é reconhecida por sua autenticidade, mas também ajudou a fortalecer a economia local e a promover a diversidade cultural da região. Além disso, sua empresa se tornou um exemplo para outras mulheres empreendedoras da comunidade, demonstrando que é possível combinar tradição e inovação para alcançar o sucesso. Em um mundo onde a igualdade de gênero ainda é um desafio, Neurilene é uma verdadeira mulher empreendedora que provar que a mulher pode ser a força motriz por trás de um empreendimento inovador e bem-sucedido.
Uma Jornada de Sucesso
Neurilene, uma mulher indígena Kambeba, conquistou um lugar de destaque em sua comunidade com sua empreitada de restaurante, que atende não apenas os moradores locais, mas também turistas de todo o mundo. Com uma receita mensal que ultrapassa os R$ 40 mil, Neurilene é um exemplo de empreendedora que não apenas sobreviveu, mas também prosperou em um ambiente que, muitas vezes, é desafiador.
Uma Infância Marcada por Dificuldades
Nascida na aldeia de Igarapé Grande, em Alvarães, Neurilene enfrentou desafios desde o início de sua vida. A falta de acesso à saúde e educação era um problema crônico em muitas aldeias indígenas, e a comunidade de Neurilene não era exceção. No entanto, sua família não se deixou abater. Seu pai, Waldemir da Silva, líder da comunidade indígena Três Unidos, trabalhou incansavelmente para abrir novas oportunidades para seus filhos.
Um Novo Começo
Os anos 1990 foram marcados por um novo capítulo na vida da família de Neurilene. Eles se estabeleceram às margens do Rio Negro, encontrando ali um lar. A decisão de Silva de pedir permissão à natureza e de criar um ambiente sustentável foi fundamental para o crescimento da família e da comunidade. Com o tempo, outras famílias indígenas Kambeba seguiram o exemplo, e a comunidade começou a se desenvolver.
A Semente do Empreendedorismo
A semente do empreendedorismo foi plantada em Neurilene quando, em 2009, um arquiteto sugeriu que ela montasse um restaurante na aldeia para alimentar os trabalhadores da construção de uma escola. Com um investimento inicial de R$ 5 mil, Neurilene começou a atender cerca de 20 pessoas diariamente. Em apenas três meses, o restaurante já havia recuperado o investimento inicial, e o negócio crescia rapidamente.
Um Sucesso Impulsionado pelo Turismo
O sucesso do restaurante foi impulsionado pelo crescente turismo na região. Visitantes do mundo inteiro buscam uma experiência gastronômica única, experimentando pratos tradicionais à base de peixes amazônicos como tambaqui e pacu, além de especiarias regionais. Um dos pratos mais famosos é o fani, típico do povo Kambeba, feito com macaxeira e pirarucu, enrolado e cozido na folha de bananeira. Os preços dos pratos variam entre R$ 40 e R$ 60.
Uma Oportunidade de Trabalho para Mulheres
Além de liderar o restaurante, Neurilene trabalha incansavelmente para fortalecer as mulheres de sua comunidade, oferecendo oportunidades de trabalho e capacitação. Atualmente, o restaurante pode atender até 100 pessoas simultaneamente, mas opera apenas mediante reserva devido à falta de infraestrutura da região, que ainda sofre com o fornecimento precário de energia, afetando a conservação de alimentos.
Um Legado de Sustentabilidade
Neurilene não apenas é uma empreendedora de sucesso, mas também um defensora da sustentabilidade. ‘Não queremos que esse lugar seja usado, mas vivido. O povo Kambeba não tem intenção de deixar sua terra, mas de cuidar e preservar o que é nosso’, afirma Neurilene. Seu legado é um exemplo de que, com determinação e esforço, é possível criar uma vida melhor para si mesmo e para sua comunidade.
Fonte: @ PEGN