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Eleições parlamentares em dois turnos, 30 de junho e 7 de julho, com sucesso no Parlamento Francês.
Os partidos políticos franceses entram em disputa neste domingo (30) no primeiro turno das eleições legislativas incertas, em que a extrema direita, líder nas pesquisas, se aproxima do poder.
- Por que Macron pode dissolver o Parlamento na França e convocar novas eleições?
A extrema direita se destaca como principal concorrente, enquanto o partido populista de extrema direita de Le Pen, RN, ganha destaque nas discussões políticas. A influência dessas correntes ideológicas na sociedade francesa tem despertado debates sobre o futuro do país e a representatividade dos diferentes segmentos políticos.
Eleições legislativas na França: cenário de extrema direita em destaque
A eleição legislativa na França ocorre em um momento crucial, logo após o presidente francês, Emmanuel Macron, dissolver o parlamento. Sua ação visa principalmente evitar que o sucesso no Parlamento Europeu se traduza em vantagens para os nacionalistas em território francês. Em 9 de junho, o partido de Macron (REM) sofreu uma derrota nas eleições do Parlamento Europeu para o partido de Marine Le Pen (RN), uma figura populista de extrema direita que tem ganhado destaque.
O aliado de Macron, Gabriel Attal, expressou sua preocupação em evitar que os extremos, especialmente a extrema direita, conquistem espaço nessas eleições. O adversário de Macron, Jordan Bardella, líder jovem de extrema direita do partido de Le Pen, está se destacando como uma figura a ser observada. As eleições parlamentares acontecem em dois turnos, agendados para 30 de junho e 7 de julho.
Uma pesquisa recente realizada pelo OpinionWay e divulgada pelo jornal Les Echos revelou que o partido (RN) poderia alcançar até 37% dos votos, um aumento significativo em relação às semanas anteriores. Enquanto isso, o partido Juntos, do bloco centrista de Macron, viu sua popularidade cair para 20%.
O desfecho do segundo turno das eleições francesas permanece incerto devido ao sistema eleitoral do país, que elege os 577 deputados em círculos eleitorais não nominais, com um sistema majoritário em dois turnos. Partidos de esquerda, como socialistas, comunistas e ambientalistas, já sinalizaram que podem retirar seus candidatos para fortalecer a oposição ao candidato de extrema direita.
Caso a extrema direita assuma o parlamento, Macron teria que lidar com um desafio considerável, já que seu partido possui atualmente 169 deputados na Assembleia Nacional, o maior grupo na câmara. O Reagrupamento Nacional, de Le Pen, é o principal partido de oposição, com 88 assentos.
Para obter uma maioria absoluta, um partido precisa de 289 deputados. Nesse cenário, Macron seria obrigado a nomear um adversário como primeiro-ministro, o que poderia levar a um período de ‘coabitação’, onde presidente e primeiro-ministro são de partidos diferentes. A França já experimentou essa situação em três ocasiões anteriores, o que poderia resultar em mudanças significativas na política interna do país.
Fonte: © G1 – Globo Mundo