Um cliente escondido debaixo da mesa em audiência virtual causa confusão, levando juiz a notificar a OAB.
O ambiente virtual pode ser uma alternativa devido à pandemia, mas precisa ser bem executado para não gerar confusão e desacreditar as audiências. Com a evolução tecnológica, o uso de plataformas digitais de videoconferência se tornou normal, mas é preciso garantir a privacidade e a autenticidade dos envolvidos.
Um magistrado precisava se comunicar com um advogado e um preposto, mas a tecnologia falhou. A audiência virtual revelou que o advogado e o preposto estavam em localidades diferentes, mas, ao que tudo indica, a mesma sala foi compartilhada. O juiz percebeu a situação e questionou o advogado, que negou a acusação. Após uma pressão maior, o preposto pulou para debaixo da mesma mesa que estava antes. O incidente aconteceu em uma audiência por videoconferência. O uso de tecnologia moderna pode ajudar a realimentar os processos, mas é essencial garantir a integridade dos procedimentos. O advogado e o juiz devem trabalhar em conjunto para garantir que as audiências virtuais sejam realizadas de forma eficiente e justa. O preposto, por sua vez, deve ter atenção especial para não comprometer a integridade da audiência. O magistrado, por sua vez, deve estar atento para evitar erros e garantir a lisura do processo.
Contraordem em audiência de instrução
O magistrado, conhecido por sua atenção aos detalhes, identificou uma semelhança preocupante entre as janelas ao fundo do advogado e do preposto, levantando suspeitas de que ambos estivessem no mesmo ambiente. O advogado Robson Maranhão defendeu a si mesmo e afirmou que o preposto se encontrava no andar inferior, mas o juiz não se conformou e pediu que o advogado exibisse a sala com a câmera, demonstrando obstinação em obter a visão completa de 360 graus. Surpreendentemente, o preposto apareceu no vídeo, se arrastando para debaixo da mesa, em uma tentativa desajeitada de evitar ser visto. O advogado contestava verbas rescisórias de R$ 20 mil solicitadas pela autora, mas a cena gerou risadas da autora do processo e do seu advogado. No entanto, o juiz, indignado, classificou o comportamento como desrespeitoso e anunciou que notificaria a OAB/PR para que o caso fosse investigado.
Uma cena inusitada
Durante o depoimento de testemunha, o advogado mentiu que o preposto estaria na mesma sala que ele, o que seria vedado para evitar fraudes processuais. A cena foi capturada pela câmera, revelando o preposto se escondendo embaixo da mesa. O magistrado classificou o comportamento como desrespeitoso e anunciou que notificaria a OAB/PR para que o caso fosse investigado. Em uma nota, o TRT/PR detalhou a insólita situação:
Detalhes da audiência
A audiência de instrução ocorreu nesta quinta-feira (24) na 18ª Vara do Trabalho de Curitiba. A primeira pessoa ouvida pelo juiz Thiago Mira de Assumpção Rosado foi a autora da ação trabalhista. Na sequência, foi ouvido o preposto e sócio da empresa. Ao desconfiar de que o preposto estaria na mesma sala do advogado, o magistrado solicitou que fosse girada a câmera para verificação. Foi então que o preposto foi detectado se escondendo embaixo de uma mesa, revelando a possibilidade de ter ouvido o depoimento da autora. Isso contraria os dispositivos legais, levando o juiz a suspender a audiência e programar os depoimentos das testemunhas da ação em data futura, de maneira presencial. Além disso, o magistrado deve oficiar formalmente à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que apure a conduta do advogado, que tentou ludibriar o magistrado e a Justiça do Trabalho no Paraná.
Fonte: © Migalhas