Histórico de tabagismo intenso pode causar danos irreversíveis às artérias e ao músculo cardíaco, levando a doenças cardiovasculares.
Um estudo recente publicado no JAMA Network Open destaca a gravidade do tabagismo na saúde humana, especialmente para os fumantes e ex-fumantes. A pesquisa mostra que indivíduos que consumiram mais de um maço por dia de cigarros por, no mínimo, 8 anos, podem levar cerca de 25 anos após a suspensão do hábito fumante para ter seu risco de doenças cardiovasculares reduzido ao nível de alguém que nunca fumou. Esse resultado é alarmante, destacando a necessidade de políticas mais rigorosas contra o tabagismo.
É interessante notar que esses resultados são mais relevante para fumantes intensos. Para aqueles que fumam com menor intensidade, o perigo ainda existe, mas a redução do risco de doenças cardiovasculares pode ocorrer em um tempo significativamente menor. Além disso, o estudo destaca a importância de medidas preventivas e políticas de saúde pública eficazes para reduzir o número de fumantes em geral e de ex-fumantes que passam por este período de maior risco.
Impactos do Tabagismo na Saúde
Um estudo conduzido pelo Serviço Nacional de Seguro de Saúde da Coreia do Sul analisou dados de mais de 5,3 milhões de pessoas do país entre 2006 e 2019, abrangendo fumantes atuais, ex-fumantes e indivíduos que nunca fumaram, considerando fatores como idade, sexo, índice de massa corporal (IMC), pressão arterial e outros elementos que influenciam o risco cardiovascular.
Riscos Cardiovasculares em Ex-fumantes
Um dos achados mais notáveis do trabalho é que o risco de doenças cardiovasculares entre ex-fumantes com histórico pesado é estatisticamente semelhante ao dos fumantes atuais nos primeiros 20 anos após a cessação. Apenas após duas décadas e meia, ele começa a diminuir para níveis comparáveis aos de quem nunca fumou. Esse período prolongado de recuperação indica que o tabagismo intenso pode deixar marcas profundas e duradouras nas artérias e no sistema cardiovascular, aumentando as chances de problemas como infarto, insuficiência cardíaca e outras condições graves mesmo anos depois do abandono do cigarro.
Recuperação Cardiovascular em Ex-fumantes Leves
Diferentemente dos ex-fumantes pesados, aqueles que fumaram menos de um maço por dia ao longo de 8 anos apresentam uma recuperação cardiovascular muito mais rápida. Em até 10 anos após a cessação, esses indivíduos podem ver seu risco de doenças cardíacas retornar aos níveis de quem nunca fumou. Isso mostra que, para o grupo com menor histórico de consumo, o coração tem uma capacidade mais rápida de regeneração e recuperação, reduzindo significativamente os riscos de complicações em um período relativamente curto.
Importância do Abandono Precoce do Cigarro
Os dados também reforçam a importância de abandonar o cigarro antes que o consumo acumulado gere prejuízos irreversíveis. Para ex-fumantes leves, os benefícios são evidentes: o risco de desenvolver doenças cardiovasculares diminui rapidamente, o que facilita o retorno do coração a uma condição saudável em um prazo mais curto. Parar de fumar cedo ajuda a evitar danos permanentes nos vasos sanguíneos e nas artérias, prevenindo complicações crônicas como a aterosclerose e a hipertensão.
Parar de Fumar e Sobrevivência ao Câncer
Em outro estudo publicado na revista JAMA Oncology, pesquisadores investigaram a relação entre o abandono do cigarro e a sobrevivência de pacientes com câncer. A pesquisa incluiu mais de 4.500 pacientes diagnosticados com tipos diversos de câncer, incluindo de mama, pulmão e cabeça e pescoco. Os resultados mostraram que pacientes que entraram em programas para parar de fumar nos primeiros seis meses após o diagnóstico tiveram uma taxa de sobrevida significativamente maior do que aqueles que não abandonaram o cigarro.
Fonte: @ Veja Abril