Resultados inéditos da pesquisa Periferia Brasileira de Letras, a maior coletiva literária, realizada pela Fiocruz, envolvem grupos de contação, editoras independentes, batalhas de rima e bibliotecas comunitárias.
Ao longo da história, diversas iniciativas têm sido criadas com o objetivo de promover a literatura em comunidades de baixa renda e periferias de capitais. A segunda edição de um levantamento sobre atividades literárias em áreas marginalizadas visa mapear iniciativas como saraus, batalhas de rima e editoras independentes.
Coletivo Juremas, um dos membros da Rede PBL em Macapá, recentemente entrevistou o Coletivo Fostxig, localizado na Aldeia do Manga em Oiapoque. Essa parceria fortalece a rede de iniciativas e contribui para a produção de conteúdo literário de qualidade. Além disso, a iniciativa também visa incentivar a leitura e o escrever em comunidades carentes, melhorando assim a educação e a cultura dessas áreas.
Coletivos Literários: Umas das Iniciativas que mais Cresceram nas Periferias Brasileiras
Em um contexto onde as periferias brasileiras vêm se destacando por suas iniciativas literárias, é possível observar um crescimento significativo de coletivos literários nas regiões mais carentes do país. Segundo dados preliminares da Periferia Brasileira de Letras (PBL), essas iniciativas cresceram 36% em pelo menos dez periferias de capitais brasileiras até o ano de 2024. Compõem-se de atividades como saraus, batalhas de rima, grupos de contação de história, bibliotecas comunitárias, editoras independentes. Com isso, entidades como companhias de teatro de rua, oficinas de escrita, e outros tipos de ajuntamentos literários atuantes nas periferias, começam a ganhar visibilidade.
Iniciativas Literárias nas Periferias: O que as Motiva?
Segundo Mariane Martins, coordenadora da PBL, a instituição científica de saúde identifica nos coletivos literários periféricos um novo modelo de participação social. As literaturas periféricas trabalham questões como feminismo, racismo e participação ativa, demonstrando uma conexão real da literatura com a saúde. Além disso, esses coletivos literários escapam do controle armado do território. Com isso, entidades como a PBL começam a captar a importância de fortalecer essas iniciativas.
Coletivos Literários: Mapeamento e Resultados
A segunda edição da PBL apontou, até 03 de novembro, pelo menos 230 coletivos literários nas periferias do país, um aumento de 36% em relação a 2022, quando o levantamento contou com 169 coletivos. O mapeamento incluiu diversos estados, aumentando de 8 para 10. A pesquisa também incluiu uma etapa qualitativa com entrevistas, que não havia no levantamento anterior.
Entrevistas e Credibilidade para os Coletivos
Através de 112 entrevistas realizadas com 230 pessoas, os coletivos mapeados receberão certificados, o que pode ser utilizado como instrumento de portfólio para captação de recursos públicos. Acredita-se que esses certificados possam ser fundamentais para fortalecer a disputa por editais.
Fonte: @ Terra