Faltam 6 anos para balanço dos ODS. Debater novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável? Começar reflexão agora é crucial para atingimento de metas.
Sabe quando bate aquela dúvida e você pensa: ‘Hmm… não estou muito por dentro disso…’? Foi exatamente o que aconteceu comigo após a minha participação na 2ª Expo ESG, quando me questionaram sobre o ODS 18 proposto pelo governo brasileiro. Esse tema não estava muito presente no meu dia a dia, então corri para me informar e entender melhor.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são fundamentais para garantir um futuro mais sustentável para todos. É essencial que cada um de nós se envolva e contribua para alcançar esses objetivos. A conscientização sobre os ODS é o primeiro passo para promover mudanças positivas em nossa sociedade. Juntos, podemos fazer a diferença e construir um mundo melhor para as próximas gerações.
Reflexão sobre os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Mas neste conteúdo, não abordarei minuciosamente os detalhes, prazos e objetivos, pois as fontes oficiais já abordam essas informações. Meu enfoque é a reflexão em uma perspectiva mais ampla.
Como costumo começar pelo início, vamos relembrar o que são os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Esses objetivos surgiram durante a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, realizada no Rio de Janeiro em 2012. Presenciei esse marco. Foi inspirador testemunhar esses avanços se concretizando.
Avançando no tempo, chegamos a setembro de 2015, na emblemática sede da ONU em Nova York, onde representantes dos 193 estados-membros das Nações Unidas estabeleceram os termos da Agenda do Desenvolvimento Sustentável 2030 e aprovaram os 17 ODS, com suas 169 metas e 231 indicadores.
Com os princípios de ‘Universalidade’, ‘Integração’ e ‘Não deixar ninguém para trás’, os ODS superaram o desafio inicial de se tornarem amplamente reconhecidos e hoje orientam os planejamentos e relatórios corporativos, políticas governamentais e decisões de investimento.
O relógio começou a contar em 2015 e, em 2020, entramos na ‘Década da Ação’, visando alcançar os ODS até 2030, buscando atingir essas metas o mais próximo possível. Será que todos os temas estão contemplados pelos ODS? Essa é uma questão profunda que requer reflexão cuidadosa.
Em um artigo que escrevi no início de 2020, sugeri a inclusão de um ‘ODS transversal’, focado na Saúde Psíquica, por entender sua importância como condição fundamental para avançar em toda a agenda. No entanto, essa sugestão foi mais um exercício reflexivo do que uma proposta concreta de adição aos 17 ODS, que foram elaborados de forma abrangente e validados.
O ODS 18 do governo brasileiro concentra-se na promoção da igualdade étnico-racial. Seu lançamento foi anunciado em setembro de 2023, pelo Presidente da República, durante a abertura da 78ª Assembleia da ONU, e possui caráter de adesão voluntária.
Para garantir sua implementação, foi criada uma Câmara Temática no âmbito da Comissão Nacional dos ODS (CT-ODS 18), sob a coordenação do Ministério da Igualdade Racial (MIR), do Ministério dos Povos Indígenas e da Secretaria Executiva da CNODS.
Um plano de trabalho estruturado em quatro pilares, com metas que abrangem áreas como trabalho, saúde, educação e habitação, foi então aprovado. No site do MIR, é explicado que a criação de um novo ODS, mesmo que de forma voluntária e específica a um governo, não é uma iniciativa inédita.
Na Índia, foi estabelecido um ODS 18 voltado para o empoderamento local e o desenvolvimento rural, enquanto na Costa Rica, o ODS 18 aborda a felicidade e o bem-estar das pessoas (Martins e Souza, 2023). Também há debates sobre um possível ODS 19 (arte, cultura e comunicação) e um ODS 20 (povos originários e tradicionais).
Conforme destacado pelo Ministério da Igualdade Racial, essas propostas tendem a ser limitadas a nível nacional. A seis anos do prazo final dos ODS, iniciar um processo global para incluir novos Objetivos em uma escala mundial, com todas as etapas consultivas necessárias, pode não ser oportuno.
Fonte: @ Valor Invest Globo