Novo Nordisk notificou agência sobre adulteração em seis cidades, com insulina-rex em produtos irregulares, canetas-originais e rótulos verdadeiros usados nas canetas.
A Anvisa recebeu um comunicado da Novo Nordisk sobre adulterações no medicamento Ozempic (semaglutida 1 mg) no Brasil, e, em consequência disso, emitiu um alerta a todos os profissionais de saúde e usuários do medicamento para uma cautela maior com o acesso a esse produto.
A advertência da Anvisa é exatamente para evitar que os pacientes sejam vítimas de falsificações de medicamentos, como o Ozempic, cuja fórmula é baseada na semaglutida. Esse medicamento é amplamente utilizado no tratamento de diabetes tipo 2, e a falsificação de um medicamento de uso contínuo pode levar a graves consequências para a saúde do paciente, especialmente se ele não for um profissional de saúde qualificado a identificar a diferença.
Indícios de Falsificação de Medicamento
A agência de vigilância sanitária alertou que há evidências de que as falsificações sejam versões de canetas de insulina com o rótulo original do medicamento para diabetes tipo 2 que tem sido utilizado indevidamente para a perda de peso. A farmacêutica mencionou que produtos irregulares foram encontrados em seis cidades. Segundo a Anvisa, o documento da Novo Nordisk indicava ‘indícios de que canetas de insulina Fiasp FlexTouch foram readesivadas e reaproveitadas com rótulos de Ozempic do lote NP5K174, que possivelmente foram retirados indevidamente de canetas originais do medicamento’. A agência explicou que a fraude está em investigação.
A substituição do medicamento por insulina pode trazer consequências graves para os pacientes. Além de ser indicada para pessoas diagnosticadas com diabetes, a insulina é prescrita em tratamentos personalizados e o uso inadequado pode levar a episódios de mal-estar, tontura, náuseas e evoluir para quadros graves que demandam hospitalização.
Em março, uma das vítimas de falsificação do Ozempic precisou de atendimento médico em um hospital do Rio de Janeiro apenas 15 minutos depois de administrar a versão adulterada. A falsificação do fármaco já foi relatada em outros países e, em junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta abordando os possíveis riscos das versões adulteradas. Em março, reportagem de VEJA mostrou que ofertas de versões que se apropriavam do nome comercial do medicamento estavam sendo comercializadas pela internet. As cápsulas de ‘Ozempic natural’ e de ‘chá Ozempic’ eram vendidas a preços que variavam entre R$ 19,90 e R$ 198,90, mas não continham o princípio ativo do remédio.
A farmacêutica citou o caso na capital fluminense e apontou outras cinco cidades onde ‘relatos isolados’ de adulteração foram detectados: Brasília (DF), Anápolis (GO), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e Paty do Alferes (RJ). A Anvisa recomenda que profissionais de saúde e pacientes se mantenham atentos em relação ao produto. Ao comprar, os consumidores devem buscar farmácias regularizadas e adquirir o medicamento dentro da caixa com emissão da nota fiscal.
‘Desconfie de sites e canais para comercialização de medicamentos que usam os nomes das marcas ou que adotam aplicativos de vendas e redes sociais para ofertar os produtos, e não adquira medicamentos oferecidos em grupos de mensagens.’ Imagem mostra a diferença entre a caneta de Ozempic e a de insulina utilizada na adulteração (Novo Nordisk/Divulgação)
Fonte: @ Veja Abril