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Mercado Bitcoin deixa entidade representativa do setor de cripto no Brasil, alegando racha por pautas arriscadas.
No momento em que o Banco Central (BC) começa a costurar a regulamentação para o setor de criptoativos, uma vitória para um segmento que buscava por anos reconhecimento e regularização, e o mercado Bitcoin valoriza-se quase 50% em 2024 (um sinal de que o inverno cripto ficou para trás), o Mercado Bitcoin (MB) está provocando um racha no mercado no Brasil. A empresa, avaliada em US$ 2,1 bilhões e um dos investimentos do Softbank no Brasil, está deixando a Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABcripto), entidade que representa o setor e que ajudou a fundar, em 2018.
Enquanto o Mercado Bitcoin se destaca no mercado brasileiro, a saída da empresa da ABcripto levanta questionamentos sobre o futuro da regulamentação do setor. A atitude da empresa demonstra uma postura independente e pode influenciar outras empresas do ramo. O MB está mostrando que está disposto a seguir seu próprio caminho, mesmo que isso signifique desafiar as normas estabelecidas.
Mercado Bitcoin: Conflito no Setor de Criptoativos
O Mercado Bitcoin, uma empresa de destaque no mercado brasileiro de criptoativos, está levantando questões sobre a postura da principal entidade representativa do setor. Com mais de 4 milhões de clientes e um volume negociado superior a R$ 50 bilhões desde 2013, o MB acusa a ABcripto de não priorizar a defesa de medidas que protejam o mercado local.
Em uma entrevista ao NeoFeed, Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin, apontou que a ABcripto passou a promover interesses e empresas que representam riscos à segurança do mercado, em vez de fortalecer o controle e a segurança. Rabelo ressaltou que a associação tem favorecido pautas que não estão alinhadas com o desenvolvimento do ecossistema local.
Segundo Rabelo, a ABcripto tem se mostrado mais preocupada com interesses amplos e, muitas vezes, de atores estrangeiros, em detrimento dos objetivos de fortalecimento do mercado cripto brasileiro. Ele destacou que a associação não tem defendido a exigência de que empresas estrangeiras que operam no Brasil tenham uma representação local e um CNPJ, o que poderia garantir maior responsabilização em casos de ilegalidade.
O CEO do Mercado Bitcoin enfatizou a importância de empresas estrangeiras que prestam serviços de exchange no Brasil terem uma presença local para garantir a proteção dos investidores. Ele citou o exemplo da Binance e como a falta de representação local resultou em prejuízos para investidores americanos, enquanto os brasileiros ficaram desprotegidos.
Rabelo ressaltou que a mudança de foco da ABcripto se intensificou com a entrada de grandes instituições, como Mastercard, Visa e Deloitte, em 2022. Essa nova direção da associação tem gerado descontentamento no Mercado Bitcoin, que defende a necessidade de medidas mais rígidas para garantir a segurança e o desenvolvimento do mercado de criptoativos no Brasil.
Fonte: @ NEO FEED