Camila Abdelmalack prevê continuidade da alta da dívida pública devido a patamares elevados, restrição para corte da Selic e desinflação.
O aumento da dívida pública tem sido uma preocupação constante para os gestores econômicos do país, que buscam alternativas para reduzir o impacto desse fator nas finanças nacionais. Além disso, os constantes debates em torno das políticas fiscais e seus reflexos no cenário político têm gerado ainda mais incertezas para os investidores.
O déficit público é outro ponto sensível que contribui para a deterioração das contas públicas e para o aumento da dívida pública. O desafio de equilibrar as contas do governo exige medidas efetivas e a colaboração de todos os setores da sociedade, a fim de fortalecer a economia e garantir um futuro mais estável para o país.
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A preocupante situação da dívida pública
Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, expressa sua preocupação em relação à dívida pública, destacando que a tendência de alta preocupa. Segundo ela, estabilizar a razão de endividamento exigiria superávits fiscais nos próximos anos, algo que não parece estar nos planos. O governo dependerá fortemente do desempenho das receitas, já que as despesas continuam crescendo acima da inflação. Medidas focadas na elevação da receita, implementadas pelo Ministério da Fazenda, não parecem suficientes para reverter a situação.
A necessidade de cortes de juros e a taxa Selic
Em meio a patamares elevados da dívida pública, o corte de juros é uma medida aguardada, porém a economista ressalta que a política fiscal e a razão de endividamento no Brasil trazem incertezas. Com a inflação de serviços em destaque, a política monetária é conduzida com cautela, sem espaço para aceleração nos cortes da taxa básica de juros, a Selic.
A importância dos superávits fiscais e medidas robustas
Camila Abdelmalack destaca que para evitar patamares elevados de endividamento, o governo precisaria conquistar superávits fiscais, algo que não parece ser uma realidade próxima. As medidas adotadas até o momento, voltadas para aumentar a receita, podem não ser suficientes para reverter o cenário de déficit fiscal projetado. A expectativa de um déficit de cerca de 0,7% em 2024 já é considerada desafiadora, o que reforça a necessidade de ações mais robustas por parte do governo.
Drivers econômicos e perspectivas para o PIB
Em meio à dinâmica do endividamento público, a economista destaca que o consumo das famílias e as condições de crédito, influenciadas pelos cortes de juros, podem impulsionar o crescimento econômico. Além disso, a resiliência do mercado de trabalho e a estabilidade da inflação contribuem para sustentar a atividade econômica. Setores exportadores também são citados como impulsionadores do crescimento, apesar das incertezas presentes no cenário global.
Fonte: © BR Investing